A ÁRVORE DOS MEUS AMIGOS

Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigo. Há muitos tipos de amigos. Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles. O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe. Mostram o que é ter vida. Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem. Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominados amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros. Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz... Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então e chamado de amigo namorado. Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés. Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto. Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.
O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas.
Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria. Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam com o nosso caminho.
Desejo a você, folha da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...
Hoje e Sempre... simplesmente porque: "Cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso".

sexta-feira, 16 de maio de 2008






Fogo
Acende a chama
Labareda insensata
Do sentimento
Verte sobre o vento
As carícias torturantes
Do amor descontrolado
nefasto
despudorado
Entrega-te ao insano
Desliga-te do real
Viaja no nada
Do amor proibido
louco
improvável
Corre que o calor insuportável
Arde e queima
A cidade inteira
Rompe o dia
Incendeia o mar
Dos delírios trôpegos
Dos que querem
Apenas amar! FIM
© Letícia Marques






Tatuagem
Em ti o meu amor será sereno
Suave como música
Permanente...Perpétuo...
Meus carinhos tocarão sua alma,
Com a freqüência das batidas do coração.
E marcarão sua existência pela eternidade.
Os beijos molhados,
Ardidos de menta,
Serão sentidos a distância...
Levarás na memória
Os meus gemidos,
A minha voz,
Meu olhar...
E o meu carinho,
Será um vício,
Do qual não conseguirá se desvencilhar...
Mesmo que a razão te esfole a alma
Nas suas noites deitarei com você
No seu coração,
Na sua lembrança...
E como conter o incontível?
Como terminar? Abrir mão?
De tanta ternura?
De tanta paixão?
Não seja covarde...
A vida não espera
Urge,
Passa,
Rente à existência,
Esvai-se pelos dias
Que não voltarão mais...
Ah! O amor... Não somos mais jovens
Mas ardemos como crianças
Não poderemos conter a vida
Não abrirei mão de ser feliz
NUNCA! FIM
© Letícia Marques





Umbrais de retenção do amor
O sopro
que bombeia minha alma
o sal
que faz o corpo se mover
O cal
que endurece algumas vértebras quebradas
são armas
são umbrais de redenção
Juntos existem
para perseguir o sonho
sempre aquele de chegar n'algum altar
Vencer o verdadeiro quebradouro de esperanças
pum pum
catapum pum pum
que jamais perderam
face semioculta de fragrâncias
Mirras
entrariam muito lentas pelos poros
a transportar ao respiradouro do alcatraz interno
seu odor
E aquele sótão
vazio de lilases tintas frescas
e quintais
mostraria certos musgos nas janelas
E deles
frutos esquisitos a pender
ainda plenos
de doces grãos
de amor. FIM
© Eliana Mora





Inexprimível amor
Embora possa parecer coisa de doida
a minha vida desse jeito
concebi
como a sair de outro tempo
de outra estrada
a via torta desta forma
construí
E pendurei a minha alma num farrapo
um pano um trapo
algo que nem mesmo eu
entendi
Só uma coisa sem saber virou tratado
o louco amor em cada víscera
por ti
Não há decreto
não há lei
nada adianta
para mudar o som que sai da minha alma
Só sei dizer que trago em mim algo de planta
que seca às vezes
se auto-pune
se retranca
E vai nascer de novo
en-canto diferente
se transmudando como arte
quase mito
E desabrocha em teu adubo
no i n f i n i t o
Vai no teu cálice beber
por doce
instinto. FIM
© Eliana Mora


Destroços de um amor
Sentada numa pedra em frente ao mar
tragava nas pupilas suas ondas
e nelas já se via refletido
aquele vai e vem
sem fim
um som de marulhar no meu ouvido
E elas
as pupilas
perguntavam para onde e como foi que aquele amor
em quase peixe
até se transformara
ou se tornara
aquele tubarão que dava medo
porém em tudo parecia haver segredo
E antes que surgisse um pensamento a mais
a frase se compôs
silenciosa
como estivesse pronta há muito
muito tempo
Destroços não precisam ser achados
estão em nossa alma
ali
guardados. FIM
© Eliana Mora

Borrão no Raio-X
Preocupada com sintomas
meio estranhos
fui procurar especialista em raio-x
e sugeri que descobrisse o que doía
[e pesquisasse um cantinho
bem aqui]
Ele me olhou e garantiu
que nada havia
o lado esquerdo do meu peito
resistia
Ao mesmo tempo fez achado singular
o teu perfil
ainda claro aparecia
e com requinte de morar
num coração
borrava o fundo
da minha radiografia. FIM
© Eliana Mora

Enquanto chove cá dentro
Meus neurônios vestem instrumentos
cacheados
e transformam em mantos estrelados
os sons
da tua música FIM

Eu quero
Eu tenho tanta coisa para lhe falar
Mas as palavras se perdem no ar
No longo espaço que nos separa
Na aguda dor da espera
Eu quero a tua mocidade
Que alegra essa cidade
Minha amada menina
Doce menina
Eu quero o teu sorriso
Acalanto do meu sofrimento
Seus cabelos insinuantes ao vento
E numa dança lenta e ritimada
Com o seu encanto de fada
Perder-me no teu infinito
E dizer ao mundo num grito
Que te quero
Que te espero... FIM
© Mário Lúcio

Solilóquio de Uma Paixão
Se no doce brincar dos nossos corpos,
Olhares trocados,
Beijos guardados,
Carícias veladas,
Passos no chão.
As nossas crianças se soltam,
Por que então impedi-las?
Quando de certo queremos,
Com o coração dissemos,
Promessa de amor e paixão.
A represa que foi construída,
Tenta com força conter o oceano,
Mas, o vendaval que a nós assola,
Mostra claramente esse ledo engano.
Com o poder de mil Teseus,
O turbilhão que nos devora,
Arranca portas, muros e paredes,
Gritando, gemendo e cantando,
Tremendo, clamando, querendo sair.
De repente a calmaria,
As águas tornaram-se paradas e frias,
Procurei então entender,
Refletir a razão do malogro,
Mas, não agüentei tanto desgosto,
De ter uma vida só e à mercê.
Foi aí que descobri,
Numa disposição de afeto,
A angústia escondida,
Mas, que originariamente está por perto.
Que perder-te não queria,
Antes, sim preferiria,
Ter o teu amor ainda que incompleto. FIM
© Marco Antonio do Nascimento Sales

Tentei
Tentei te esquecer
Te tirar de minha vida...
Tentei não mais sonhar contigo,
Tentei fugir de meus sentimentos
Foi impossivel foi, tudo em vão
Por te amar sofro este castigo...
Tentei fugir de teu olhar,
Teu andar tua presença
Tentei esquecer este seu jeito
Ás vezes menina
Ás vezes mulher fatal
Ás vezes alegre
Outras com uma tristeza mortal,
Tentei não te amar
Não sonhar
Mas foi impossivel
O destino cruel me fez cegar. FIM
© Flávio Neres

A vida continua...
O tempo rolou,
o passado se fez em pedacinhos...
Deixa o objeto da saudade... na saudade!
Deixa que eu seja saudade,
aquilo que nos uniu,
pois, aquilo mudou... ou, eu mudei
ou, tu mudaste!
A saudade não tem idade,
nem dez anos, nem dez dias,
são lembranças com espinhos,
com brandura, com amor... nostalgias...
Quando a lembrança invade a gente,
fere aqui ou fere ali,
fazendo logo correr fios de lágrimas,
emaranhados... transparentes...
trançando a melancolia,
travando a felicidade e o sorriso
que a vida ainda pode nos dar! FIM
(12/06/81)
© Silvio Buba Cruz

Silêncio
Silêncio, silêncio, silêncio...
Tristeza, tristeza, tristeza...
Saudade, saudade, saudade...
Noites longas e frias
Dias tristes e cinzas
Silêncio, saudade, tristeza
Silêncio convencional
Silêncio tecnológico
Silêncio celular
Tristeza circular
Envolve-me por todos os lados
Afoga feito corredeira forte
Escorre na mente e nas faces
Tristeza, saudade, silêncio
Saudade secular
Está por dentro e por fora
Corroe feito ácido
Incrusta-se na pele e na alma
Silêncio, saudade, tristeza. FIM
© YasmiM

Saudades
Sei que serei esquecida
Assim é a lei desse mundo
Um sonho doce e profundo
Dura apenas um segundo
Amor, amizade e paixão
Doidos que se vão
E ficam apenas saudades
Saudades de um coração! FIM

Saudade na Praia
Vocês já descobriram o que é a saudade?
Esse sentimento que embala belas lembranças
Faz chorar meninos e meninas de toda idade
Que envolve todo tipo de amor sem cobranças...
Olhar uma paisagem ou apreciar uma flor
Ter mil desejos de reencontro vendo o pôr-do-sol
Saber que existem muitas maneiras de se viver o amor
Querer compartilhar o canto dos canários, da sabiá e do rouxinol...
Saudade do início de um amor, dos amigos e até da dor
Quando compartilhada com gente que junto guerreia
Quando repartida com almas nobres, que provaram da amizade o sabor
Sentimento que nos transforma em poetas, juntando um graveto, um suspiro e uma praia de plana areia... FIM
© Fernando Linhaus

Saudade de VOCÊ!
No silêncio angustiante desta noite sem fim,
vejo a escuridão como um manto negro
a dominar a imensidão lá fora...
Em meu peito, uma tristeza enorme
invade e domina, sinto-me agoniado...
sinto uma louca vontade de chorar...
é saudade de VOCÊ!
Sinto vontade de gritar seu nome bem alto,
para o mundo inteiro ouvir!
Sinto vontade de ouvir sua voz...
sentir a sua presença...
o toque da sua mão...
seus lábios roçando nos meus...
Sinto necessidade de apertar suas mãos,
trazer seu corpo ao encontro do meu...
de tocar seu rosto com carinho!
Entristeço sem perceber,
a saudade não passa...
é tão bom! chega a ser divino...
mas, dói... SÃO APENAS LEMBRANÇAS...
Agora compreendo, tudo foi um sonho...
desmanchou-se ao raiar do sol!
Foi algo divinamente maravilhoso...
mas, agora, tudo acabou!
Já amanheceu, eu sonhei contigo...
sinto tremenda saudade de VOCÊ!...
Só me resta lembrar,
não adiantam as palavras...
estou aqui... e você... aí!
Uma centena de quilômetros
separa eu e você...
Mas, um dia tudo isso passará
e a segurança renascerá nesses corações sofridos...
trazendo você, toda a felicidade
e a esperança de dias melhores...
não havendo necessidade de sentir
TÃO LONGA E DOÍDA SAUDADE DE VOCÊ! FIM
(Balneário Camboriú, 27 Jan 94)
© Silvio Buba Cruz

Saudade
Oh! Saudade
Que maltrata
Meu peito
E aumenta o meu sofrer.
Oh! Saudade
Que traz as trevas
Ao meu lado
Escurecendo o meu viver.
Oh! Saudade
Que me ajuda
A recordar um amor
Que partiu
Para jamais voltar.
Mas quem sabe,
Se esta paixão
Não volta a dominar
O coração
Fazendo-a retornar
E para sempre
Ao meu lado ficar
Trazendo a felicidade
Mas enquanto
Tal milagre não acontece
Ficarei olhando
O passado...
Oh! Saudade.
Apenas saudade
Saudade... FIM
© JULIANO SECOLO

Saudade Alfanumérica
Era uma vez...
Nó(i)s
2
Logo após
Nós
Só(i)s
Veio o tempo
Eu
1
O mesmo tempo
Você
1
... E assim esse tempo passou...
Eu
Você
1
1
Então... 1 ano passou
Eu
Você
Nós
E aí tudo mudou...
Nós
2
Depois de 6 meses... travou.
E nesta confusão alfanumérica
Rompemos um caso de amor
Rasgamos o peito de dor
Ninguém nem nada ajudou
Quem foi que falhou?
Sei lá... de nada importa...
Eu me reservo a fechar minha porta
Pois,
A saudade voltou...FIM

Saudade sem sabor
A saudade é como uma flor,
seca entre as páginas de um livro!
é algo sem cor,
mas, que tem sentido,
tem dor!
permanecendo seca nos dias da vida.
Uma saudade que cessa,
não tem o sabor do outrora,
dos beijos, dos carinhos vividos,
pois, nada volta, tudo fica!
e, se volta... vem diverso... FIM
Conselho inusitado
Algum parente bem distante
da ilusão
chamou-me ao canto
e esclareceu uma questão
Quando perguntas e recebes quase um nada
e te agarras a esse nada
[um quase não
Naquelas horas em que o amor decerto
acaba
e tu não vês
[ficas a dar com os burros nágua
Quando percebes que as forças vão ceder
é hora boa
da Vingança dos Porquês
Pegas por quês
junta-os todos in natura
como se fosse fazer deles limonada
E no final
jogas no lixo
a tal poção e a amargura
Por que por quê
nunca levou ninguém
a Nada. FIM

INCULCA
Um dia apenas para ver como a vida seria sem mim,
carros velozes, luzes impetuosas, pessoas fugazes nas ruas,
nada mudaria, o dia...
seria dia.
A noite moça, bela e formosa escuridão...
sem fim...
Daria para entrever as ações, insanas.
As mesmas de antes, sem lamúrias.
Porém agora, sem pudores...
Cada pensamento abrupto,
cheio de mentiras,
Mas onde estarão as alegrias?
Nos arredores...
Fecharam-lhes as portas, para que a tristeza se instaurasse
enfim.
Fecho os olhos para tanta verdade.
Ver e nada fazer,
Melhor é fazer,
sem nada saber.
Não quero mais ir embora,
quero voltar à realidade.
Unir amor com vontade,
Força e fé...
Procurar nos cantos empoeirados,
Restos de sanidade.
Jogar a mobília fora,
Remobiliar a casa, a vida, a mente.
Ainda há tempo.
Ser permanentemente estático,
É não aceitar que a vida muda.
É não mudar a roupa e sim os tons.
Mudar é vencer, a cada dia, os ares pessimistas...
Que nos impregnam e dão margens às
atitudes fortes, cravadas na carne crua.
Quero limpar a minha rua, que a tarde é de outono.
Folhas caídas remontam minha existência calada,
que agora quer gritar como se fosse uma criança muda,
ao descobrir o articular dos sons. FIM
© Patrícia BoY